Contratações temporárias reaquecerão mercado de trabalho

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Comércio varejista tem boas perspectivas de trabalho temporário neste fim de ano. Foto: Divulgação

A comerciária maranhense Luzia França, desempregada há três anos, integra uma legião de milhares de brasileiros que estão à procura de emprego. Agora, o período natalino reacende a esperança de se conseguir uma vaga no mercado de trabalho, ainda que seja de forma temporária.

“Estou há três anos tentando uma recolocação no mercado de trabalho, mas não está fácil, mesmo a gente procurando se atualizar com novos cursos e capacitações. Estou na expectativa de finalmente voltar a trabalhar”, disse.

E a oportunidade de trabalho para este fim de ano é muito melhor, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que estima aumento tanto nas vendas quanto na abertura de vagas temporárias. A expectativa é da contratação de 73,1 mil trabalhadores temporários, um avanço de 10% em relação aos 66,7 mil postos criados no ano passado.

Em relação ao volume de vendas do fim de ano, a CNC prevê avanço de 4,3% no varejo, o equivalente à movimentação financeira de R$ 34,3 bilhões até dezembro.

De acordo com a CNC, a temporada de oferta de vagas no setor deve ocorrer entre setembro e dezembro – um “efeito de adiamento” em relação aos anos anteriores. “Antes da crise, mais de 20% das vagas começavam a ser preenchidas em setembro e outubro. Nos dois últimos anos, esse percentual não passou dos 15%”, afirma Fabio Bentes, chefe da Divisão Econômica da CNC.

Os setores que mais devem contratar nesse período são o de vestuário (48,9 mil vagas) e de hiper e supermercados (10,4 mil vagas). Além de serem os “grandes empregadores” do varejo – juntos eles representam 42% da força de trabalho do setor – esses segmentos costumam responder, em média, por 60% das vendas natalinas.

“Ao contrário da média dos dois últimos anos, quando apenas 15% dos trabalhadores contratados em regime temporário foram efetivados após o fim do ano, a reação mais positiva da economia deverá elevar esse percentual para cerca de 27%”, afirma Bentes. No período pré-crise, a taxa média de efetivação foi de 32,5%.

Salários

O salário de admissão deverá alcançar R$ 1.19,00, avançando 7,1% em termos nominais na comparação com o mesmo período do ano passado. O maior salário de admissão deverá ocorrer no ramo de artigos farmacêuticos, perfumarias e cosméticos (R$ 1.446,00), seguido pelas lojas especializadas na venda de produtos de informática e comunicação (R$ 1.391,00). Contudo, esses segmentos deverão ofertar apenas 2,1% das vagas totais a serem criadas no varejo.

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