Sindicato diz que 400 dos mil empregos na unidade do interior paulista devem ser atingidos; 430 funcionários de três fornecedoras entram em greve
A multinacional sul-coreana LG anunciou nesta segunda-feira que vai encerrar a fabricação de celulares em todo mundo. No Brasil, a decisão afeta diretamente a fábrica da companhia em Taubaté, no interior de São Paulo.
A unidade é a única da empresa no país que produz smartphones, e também fabrica monitores e notebooks. Dos 1.000 funcionários da planta atualmente, 400 trabalham na divisão de celulares, e têm o emprego em risco.
A decisão da LG é a segunda grande baixa no polo industrial do Vale do Paraíba neste ano. Em janeiro, a Ford anunciou sua saída do Brasil e o consequente fechamento de suas unidades no país. A montadora tinha uma fábrica de motores em Taubaté e gerava 830 empregos diretos.

A LG Eletronics tem cerca de 1.000 funcionários na unidade de Taubaté, no interior paulista Foto: Divulgação
Com a medida, a LG se torna a primeira grande empresa que produz celulares a se retirar do disputado mercado de smartphones. Mundialmente, o segmento é hoje liderado por Apple e Samsung, que detinham respectivamente 23,4% e 17% das vendas globais no terceiro trimestre de 2020, segundo a consultoria IDC. Em seguida, aparecem as chinesas Xiaomi (11,6%) e Huawei (8,6%).
A LG aparece no ranking de 2020 na nona posição entre as fabricantes em número de vendas, com uma fatia de mercado de apenas 2%. No Brasil, no entanto, também segundo dados da IDC, a empresa estava entre as três maiores, com 12% do mercado nacional, competindo com Samsung, Motorola e Apple. Em 2020, a empresa chegou a ganhar dois pontos percentuais em participação no mercado nacional.
Produção de monitores não será afetada
A produção de monitores e notebooks em Taubaté não será afetada pela medida, assim como a outra fábrica que a LG mantém no país, localizada na Zona Franca de Manaus, dedicada à produção de aparelhos de ar-condicionado, geladeiras, TVs e outros eletrodomésticos da chamada linha branca.
Em nota, a empresa sul-coreana disse que o fim das operações no segmento dos celulares foi definida após prejuízos acumulados na área desde 2015. A companhia já havia tentado vender todo o setor, sem sucesso.
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“Desde o segundo semestre de 2015, o nosso negócio global de celulares tem sofrido uma perda operacional por 23 trimestres consecutivos, resultando em um acumulado de aproximadamente US$ 4,1 bilhões [em perdas]até o final de 2020”, informou a empresa em nota.
Fonte: O Globo