Turismo: É a hora e a vez do Nordeste e Norte

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Manoel Rubim da Silva. Contador. Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil, Professor no DECCA-UFMA. Endereço do Currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4463346A9

DATA: 08/11/2018

 

 

O novo cenário político deste país nos induz ao entendimento de que o relacionamento entre os governadores dos Estados do Norte e Nordeste do Brasil, com o Governo Central, não será nada fácil, nos próximos quatro anos, tendo presente a forma de fazer política neste país, agradando aliados e criando inúmeras dificuldades aos opositores, não sendo colocado, em relevância, os interesses públicos, que deveriam ser sobranceiros.

 

Após os resultados das urnas, uma das primeiras preocupações que me veio à mente, diz respeito às dificuldades que o Governo do Maranhão teria para arcar com os seus encargos, em que pese o excelente desempenho da arrecadação tributária, graças ao trabalho desenvolvido pelo Secretário de Fazenda do Estado, Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil, Marcellus Ribeiro Alves, que coordena e lidera uma competente e abnegada equipe de servidores, afora, obviamente, os controles internos de competência do Governo Estadual, sob a supervisão e orientação do Governador Flávio Dino, e os controles externos, da alçada do Tribunal de Contas do Estado, sob a gestão, atualmente, do seu Presidente Conselheiro Caldas Furtado, reconhecida nacionalmente.

 

Não vejo, no curto prazo, de um a dois anos, outra atividade que possa agregar substancial valor à economia do Estado do Maranhão, que não seja via o incremento do turismo, já que dispomos de uma infraestrutura hoteleira, de pousadas e restaurantes suficiente para suportar um incremento de demanda, na capital e em alguns polos turísticos no interior deste Estado.

 

Porém, não seria uma atitude isolada de um Estado, e sim de vários, por assim dizer, circunvizinhos, necessários e suficientes para o deslanchar do turismo, em proporções que nos levem a incrementar diversas atividades econômicas, que venham a impactar positivamente na economia da região e nas finanças públicas de Estados e Municípios.

 

Hoje, destacam alguns meios de comunicação deste país, como, neste particular, o insuspeito UOL, notícias originárias da imprensa estrangeira, que dão conta da repulsa de turistas de outros países em visitarem este país, ao longo do novo governo: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/rfi/2018/11/08/nao-coloco-os-pes-enquanto-ele-estiver-no-poder-turistas-desistem-de-ir-ao-brasil-apos-eleicao-de-bolsonaro.htm.

 

Na mesma matéria do UOL, cujo endereço eletrônico evidenciamos acima, consta a seguinte informação, que, por si somente, dá a dimensão econômica do que nos pode proporcionar o turismo muito bem planejado: “De acordo com dados do Banco Central e publicados pelo ministério do Turismo, os estrangeiros que foram ao Brasil em agosto de 2018 gastaram US$ 482 milhões, 6% acima do valor do ano anterior, que foi de US$ 455 milhões. O ganho nos primeiros oito meses, por sua vez, girou em torno de US$ 4,13 bilhões, um crescimento de 4,7% em relação ao mesmo período de 2017. Mas se depender de turistas como a francesa Corinne Moutout, os lucros nessa área, a partir de agora, só vão diminuir.”

 

Em 05 de novembro de 2018, o jornal “El Pais” publicou, em manchete, o seguinte: Governadores do Nordeste atuarão em bloco para evitar escanteio de Bolsonaro. Com todos os Estados da região governados pelo PT ou por aliados, governadores apresentarão demandas coletivas ao presidente para dar maior musculatura às pautas locais. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/10/30/politica/1540922712_262939.html.

 

Por consequência, já existe um embrião das ações em conjunto dos Governadores do Nordeste, em busca de entendimento com o novo Governo Central, que assumirá em janeiro próximo, em que pese passar a sensação de que já governa, por razões óbvias que dispensam maiores comentários.

 

Todavia, esse embrião de ações é focado no postular recursos financeiros, como de costume. Porém, sempre acreditei que no bojo dos grandes problemas poderemos encontrar, também, soluções inovadoras, que possam nos tirar dos mesmismos.

Logo, é chegada a hora de uma grande articulação dos governadores do Nordeste e do Norte deste país, visando o incremento econômico das duas regiões menos favorecidas pelo desenvolvimento social e econômico, via atividades econômicas agregadoras de grandes riquezas.

Na minha modesta visão, o turismo, focado, em princípio, no potencial econômico das nações europeias seria uma grande opção no curto e médio prazo, tendo presente o nosso exponencial potencial turístico.

O momento é propício para tais ações, inclusive pelo apelo político. Afinal, as teses políticas progressistas, por esta região, foram vencedoras nas últimas eleições presidenciais, despertando curiosidades dos turistas de outros países, assim como do próprio Brasil.

No longo prazo, poderiam surgir outras ações em bloco. Porém, necessitamos, sim, de soluções de curto e médio prazo, visando o equilíbrio das finanças dos Estados do Nordeste e Norte do Brasil, assim como o aumento da riqueza do nosso povo, não se deixando de lado a imperiosa necessidade de que se configura oportuno o deslanchar de grandes investimentos que poderiam potencializar outras atividades econômicas, afora o turismo, inserido em um dos setores da economia que mais cresce e agrega valor no Mundo, qual seja a Economia Criativa.

 

 

 

 

 

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