Aumento da produção do gás em terra criará empregos

Compartilhar

Obstáculos e oportunidades para exploração das reservas do país será discutida no Maranhão

Usina termelétrica da Eneva, em Santo Antonio dos Lopes, será visitada por comitiva. Foto: Divulgação

Além das reservas de gás natural nos campos do pré-sal, o Brasil tem grande potencial de produção do combustível em terra. De acordo com a Agência Internacional de Energia, o país é dono de reservas estimadas em mais de 1 trilhão de metros cúbicos de gás natural e petróleo em bacias terrestres. No entanto, a exploração dessas reservas ainda é insignificante.

“O desenvolvimento da exploração e da produção de gás natural em terra aumentará a oferta e reduzirá os preços do combustível, trazendo benefícios para toda a economia”, afirma o especialista em energia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Rodrigo Garcia.

Para debater as oportunidades e os desafios para o aumento da exploração do gás natural em terra, uma comitiva formada por representantes da indústria, dos governos federal e estadual e técnicos do Congresso Nacional visitam a planta termelétrica de geração de energia da Eneva, em Santo Antônio dos Lopes, no interior do Maranhão. A visita, que faz parte do programa Conhecendo a Indústria, da CNI, ocorrerá nesta quinta-feira, 31, e na sexta-feira, 1º de setembro. A Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema) é parceira da CNI na iniciativa.

“Com o desenvolvimento da exploração do gás em terra, o Maranhão passa a dispor de elementos dos dois lados da equação do mercado: de um lado, a oferta, representada pelo gás produzido no município de Santo Antônio dos Lopes; do outro, a demanda, representada pelas empresas produtoras de alumínio, produtos químicos, cerâmica, siderurgia, vidro, celulose e papel, todas consumidoras de muita energia. Ao Maranhão, não interessa só produzir e exportar energia, mas utilizá-la na internalização de processos produtivos multiplicadores de emprego e renda e receita tributária que impulsionem o desenvolvimento do estado” comenta o presidente da Fiema, Edilson Baldez das Neves.

Da Federação do Maranhão, integram a comitiva o superintendente da Fiema, Albertino Leal de Barros Filho, e o coordenador Técnico Executivo da entidade, Carlos Jorge Taborda.

Estudo da CNI de 2015 aponta os ganhos que o Brasil teria com o aumento dos investimentos na exploração e produção de gás natural em terra. De acordo com o estudo, se o setor recebesse investimentos de US$ 71 bilhões nos próximos 35 anos, a produção sairia dos atuais 23 milhões de metros cúbicos por dia e atingiria 140 milhões de metros cúbicos ao dia em 2050. Com o aumento da oferta, os preços cairiam, estimulando o consumo de gás natural na indústria e melhorando a competitividade do produto brasileiro.

Em consequência, a arrecadação do governo teria um acréscimo de US$ 79 bilhões de dólares até 2050, dos quais 39% seriam de Imposto de Renda, 29% de royalties e 32% de impostos indiretos. E mais: a ampliação das atividades de perfuração de poços, exploração e produção de gás em terra criaria milhares de empregos no setor. A estimativa é que, com o aumento dos investimentos, sejam abertas 11 mil postos de trabalho diretos e indiretos por ano no setor no período 2021-2043. A partir de 2044, com o crescimento da produção, devem ser criados até 16 mil empregos diretos e indiretos por ano no setor.

Entre as vantagens do uso do gás natural está ainda a redução das emissões de gases do efeito estufa. O gás natural é uma fonte de energia mais limpa do que o carvão e os derivados de petróleo. A expansão do uso desse insumo, especialmente nos setores que consomem muita energia, estimulará a indústria a substituir o carvão, os óleos combustíveis e outras fontes de energia de petróleo por gás natural, o que ajudará o Brasil a cumprir os acordos internacionais de combate ao aquecimento global.

Deixe um comentário