Emap articula retomada de embarque de carga viva no Porto do Itaqui

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Animais durante primeiros embarques de carga viva, realizados pelo Porto do Itaqui

O Maranhão deve voltar a embarcar gado vivo pelo Porto do Itaqui em fevereiro de 2018 e, em sequência, aprofundar as negociações para exportação de carne processada para países árabes. Para isso foi montado um grupo de trabalho a partir de encontro do presidente da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), Ted Lago, com o assessor da presidência da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Tamer Mansour, para falar de oportunidades de negócios entre o Maranhão e os 22 países do mundo árabe.

Participaram da reunião, além da equipe técnica da Emap, o deputado estadual Stenio Rezende (DEM) e representantes das secretarias estaduais de Agricultura (Sagrima), Indústria e Comércio (Sedinc), municipal de Articulação Institucional, da Federação das Indústrias do Maranhão, Associação dos Criadores do Maranhão, do Consórcio Tegram e de empresas de logística, serviços, operadoras portuárias, agências marítimas, criadores, entre outros. 

O mundo árabe é formado por 22 países que reúnem 406 milhões de habitantes em uma área de 13,5 milhões de quilômetros quadrados. Essa fatia do globo detém 60% das reservas de petróleo do mundo e é um território em busca de alimento. De janeiro a outubro deste ano, o Brasil comercializou 17 bilhões de dólares em exportação para países árabes e é hoje o maior exportador de carne bovina para essa região do mundo.

A vinda do representante da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira ao Maranhão foi justamente para aproximar o estado desses países, potencializando os negócios. Entre as maiores oportunidades que ele apresentou está a exportação de gado vivo e de carne frigorificada, que agrega valor com o fortalecimento da cadeia produtiva da proteína animal. “Temos uma demanda que não está sendo atendida e o que precisamos é ter vocês mais próximo, o produtor mais perto dos países árabes”, afirmou Tamer Mansour.

“Está colocado aqui um desafio e temos de trabalhar juntos. O Porto do Itaqui está habilitado e certificado para operar carga viva e o adensamento da cadeia da proteína é uma política de estado que vai gerar negócios, empregos e renda para o Maranhão”, destacou Ted Lago. 

O deputado Stenio Rezende chamou a atenção para eficiência da gestão do Porto do Itaqui associada à vocação que o Maranhão tem como produtor de carne. “Com o incentivo do governador Flávio Dino e, agora, o apoio da Câmara de Comércio Árabe, é o momento de o Itaqui se consolidar como um hub de exportação de proteína animal”, afirmou.

O encontro foi encerrado com o compromisso da formação de um grupo de trabalho para viabilizar uma linha de exportação de proteína animal pelo Itaqui. O plano de ação deve contemplar a definição de grupos de exportadores, procedimentos comerciais com mercado externo, mapeando compradores, produtos (incluindo a criação de um selo de qualificação para o boi maranhense) e ciclos de compra.

 Desburocratização 

Paralelamente ao trabalho que vem sendo feito pelo Governo do Maranhão para fomentar a produção de carne processada maranhense para exportação, seguem em curso as negociações e tratativas para inserção do Porto do Itaqui no mercado de exportação de carne brasileira processada da região Centro-Norte do Brasil para o exterior. Com a série de novos investimentos do Governo, já em andamento, acompanhados das características do porto, a expectativa é que o tempo dos processos burocráticos para a exportação caia em torno de 80% em relação aos trâmites tradicionais.

Essas tratativas levam em consideração também peculiaridades do Porto que o colocam em local de destaque, como sua profundidade, sua localização e principalmente a sua interligação ferroviária com a região. “Todos estes diferenciais, além dos investimentos em tecnologia por parte do Governo do Maranhão, irão garantir fretes mais competitivos, menos tempo e um processo muito mais dinâmico”, informa Ted Lago.

De acordo com Ted, a modernização inclui diversas etapas, desde a inspeção até a emissão da documentação para exportação, o que vai reforçar a garantia da qualidade da carne, pela transparência do processo e pela tecnologia que está sendo investida. “Dentre as iniciativas, uma delas é eliminar o papel. A carga praticamente não vai parar. Vai sair da origem e ir quase direto para o destino final. Ou seja, vamos diminuir o máximo tempo possível de desembaraço do contêiner, passando de 60 horas para três a cinco horas, em média”.

Outro ponto de avanço é a questão da rastreabilidade, ou seja, o acompanhamento de todo o processo de exportação da carne processada. “Isso é muito importante neste momento que se questiona, de forma errônea, a qualidade da carne brasileira, que é, sem dúvida, uma das melhores do mundo”, reforçou o presidente. 

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